domingo, 30 de janeiro de 2011

Olhos fechados

De olhos fechados
só tenho lembranças
do seu corpo em chamas
do seu corpo no meu ...
do seu corpo em cima do meu.
Nossos olhos brilham
As bocas se beijam...

De olhos fechados
idealizo, visualizo...
o auge...o suspiro final do prazer
E nas lembranças...nas caricias...
Novamente fecho os olhos,
e meu corpo estremece...
a procura do teu...


Rabiscado por Katrina

Poesias Mitologicas PERSEFONE - RAINHA DO MUNDO DOS MORTOS


Brinca o amor com o humor divino
E o Deus cupido-menino
Estende seus braços e poderes
Alem dos Deuses e da humanidade
Adentra no mundo subterrâneo
Acertando o poderoso Hades.

Quem eu seus domínios era forte, grande,
Soberano que com nada importa,
Mas nada é sólido onde o amor toca
E mesmo em meio a morte e o seu reino
Este sentimento sobreveio
Mostrando que não é apenas ali que se encontra a dor
Há tristeza e sofrimento também no amor.

E assim Deus do mundo inferior se apaixona
Pela filha de Demeter, Corre e a rapta.
A mãe que não sabe que ela esta nas trevas
Procura-a pelo mundo, aflita,
E fica sabendo que a filha é rainha em sua beleza
Mas seu consorte é o Rei das profundezas...

Então a Terra seca, a terra grita,
Enquanto Demeter não encontrar
A primogênita bela e querida
Vai a procura do poderoso Zeus
Pedir que interceda na disputa
E quem saber favorecê-la nesta luta.

Mas como Perséfone já havia provado,
De um fruto do mundo da morte
E por pura falta de sorte
Para a vida , não podia voltar mais
Porém a sabedoria é Divina,
Encontra-se uma solução
Fica a Rainha das trevas assim dividida,
Um período passara com a mãe na Terra
E outro com o Rei no Inferno
Assim também fica instituído em nosso mundo
A vida da plena primavera e a morte fria do inverno.

Gilson Costa.

FALAR DE SEXO? BY GILSON COSTA

 
Quer que eu fale de sexo...
Sem nexo, é complexo.
É mais que poesia...é o roçar da pele
Que arrepia
É amar noite fora e pelo dia
É fazer com teu corpo e meu corpo
Uma poesia
Cadencia, ritmo, respiração,
Molhar o corpo de suor
É tesão...

Adentrar em teu corpo, em tuas fendas
Fazer fantasia, fazer lenda
Percorrer suas curvas sem medo de derrapar
É te amar
Jogar-te no colchão
Na mesa, na cadeira ou no chão

Desatar todo os teus nos
Para ficarmos a sós
Alimentando nossa chama
Seja te seda ou algodão
Os lençóis de nossa cama
Os quais você tentar desesperadamente
Agarrar
Para o prazer não te sufocar
Para no meu corpo
Não se afogar...

Quer que eu fale de sexo
Entre nos dois....complexo...!

Inconseqüente by (Sirlei L. Passolongo)

 
Inconseqüente

Se amar é veneno...
Gosto dos venenos
Mais amargos

Cujos frascos
Me lembrem perfume
Aromatizado
Com amor e ciúme

Se amar é fogo...
Gosto da paixão
Que incendeia.

Tragada
Feito um gole de conhaque
Em que a língua
Faça da boca uma ceia
E o fogo do corpo...
Apenas a saliva apague

Se amar é pecado...
Gosto dos pecados
Mais ousados

Em que a alma
Se devore em gozo
E o corpo adormeça
Extasiado...
E o céu alcance
Num beijo apaixonado.

(Sirlei L. Passolongo)


Direitos Reservados a Autora

SUA BOCA

Boca sensual que me chama,
Boca lascívia: - diz que me ama
Boca sedenta que me leva pra cama
Suga toda minha essência
Com muita maledicência
E sem deixar eu pedir..clemência!

Boca voraz de uma menina
Boca adulta de mulher, loba felina
Boca santa mais que princesa, de Rainha
Junte-se a boca minha
Não se afaste e me aproxima
Engula todo o meu ser
Faz-me delirar, gemer...

Boca sempre faminta
Peça-me mais – não minta
Deixe minha energia, extinta
Peça-me bem forte e fundo
Peça-me para que todo mundo
Possa sua suplica ouvir
Sua boca – e eu a te possuir

Boca que treme, lábios que gemem
De onde sai uma língua molhada e quente
Rápida, ágil e experiente
Que desliza em meu corpo feito uma serpente
E que parece não ter fim
Roubando todos os prazeres, de dentro de mim

Gilson costa brito

Santuario by Gilson Costa

 
Santuario

Teu corpo meu Templo
contemplo, reverencio
minha fé, renuncio
meu coração teu relicario
onde esta o meu amor
incensário, que dissipa a dor

Seu olhar, meu palio
oração em meu altar
minha vida em sua procissão
promessas de pura paixão

sinto-me então abençoado
por desfrutar de sua alma,
corpo e calice sagrado
onde encontro a minha paz
faço-te minha religião
te querendo bem mais

Gilson Costa

Tenho sede...


Tenho sede...
Muita sede…
Sede de beber do teu corpo
Sede de alimentar-me no teu corpo
Sede de aquecer-me no teu corpo
Sede de encontrar-me no teu corpo
Sede de proferir-me no teu corpo
Sede de…
Não sei…
mas um dia…um dia, ainda poderia tornar-me alcoólico de ti!

(dedicado a ninguém)

Publicada por Man

Poetas tentam descrever...Saudades


Poetas tentam descrever
cantores tentam cantar
mas saudade é sentimento
que nos faz calar

é a voz que grita e não se escuta
é a vontade de sair a luta
a procura de quem nos falta
é a tristeza na dose mais alta

é a noite que fica mais comprida
é o caminhar sozinho, na vida
é o vazio , aquela dor...

é o olhar , o toque a mão atrevida
que anda distante, que anda sumida
é a falta, a ausência do meu amor

Você que me deixa sem palavras,


Você que me deixa sem palavras,
Pois perto de ti
só quero agir,
Quero usar minha boca
Não para falar dos meus anseios
E sim para encher a tua de beijos
E deixar aprisionada
Toda palavra que deveria fluir
Palavras que fogem
E se escondem depressa
Quando minha alma travessa
Encontra a sua e te ama
Ha mais desejos que versos
Entre nos
A ascender minhas chamas


Gilson Costa

sábado, 29 de janeiro de 2011

O TEU PERFUME




Sua fragancia divina
em corpos mortais
envolve-me
e assim te quero mais


Em outros corpos
não encontrarei tua essência
e sem teu aroma
minha mente é pura demência...


O teu perfume
que me conduz ao paraiso
é nectar para minha vida
você é tudo que preciso.


So sei que é uma blasfemia
uma grande maldade
sentir em outras pessoas
a essencia de uma deidade


E este perfume
traz-me lembranças definitivas
de momentos que eu nunca
quero esquecer em minha vida


Gilson Costa

Minha Poesia:



Minha poesia rasteja.
Não acha fuga na cerveja,
Nem na mulher que me beija.

Minha poesia reclama.
Não se alivia na cama
Nem na mulher que me ama.

Minha poesia chora
Não se diverte na bola,
Nem na mulher que me adora.

Minha poesia é feitiço
Eu não apelo pro vicio
Nem da mulher eu desisto.

Minha poesia é bonita
Me reencontro com a vida,
E retribuo a mulher querida.

Gilson Costa/Wellington Martins

Queria ser este homem


Queria ser este homem

Que soubesse te conhecer,
Penetrar-te não apenas a carne,
Mas especialmente a alma,
Fazendo morada no teu coração,
Forte e elegante, motivando paixão.


Queria ser o homem a dar-te não só
O prazer no sexo e para o sexo,
Mas fazer-te sentir bebida, esvaziada
Imensidão do amor, tornando-se
Cúmplice sem complexo...


Queria ser este homem real
A prender-te não só
Com braços e pernas,
Mas algemando-te a alma
Com toques que superem
Barreiras normais.


Queria ser este homem
Que não te quisesse apenas objeto
Na hora do amor, no momento do sexo
Mas que te fizesse sentir
Que somos, o côncavo e o convexo.
Que te levasse a loucura
Que te desse poder e saber
Para fazer com candura
Do amor só prazer.
Conhecer teus caminhos
Tua intimidade,
Desvendar teus segredos,
Cobrindo-te de carinhos
Sem roubar-te a liberdade



Nerudiando...Amarra teu coração...


De noite, amada, amarra teu coração ao meu
e que eles no sonho derrotem
as trevas como um duplo tambor
combatendo no bosque
contra o espesso muro das folhas molhadas.

Noturna travessia, brasa negra do sonho.
Interceptando o fio das uvas terrestres
com pontualidade de um trem descabelado
que sombra e pedras frias sem cessar arrastasse.

Por isso, amor, amarra-me ao movimento puro,
à tenacidade que em teu peito bate.
Com as asas de um cisne submergido,
para que as perguntas estreladas do céu
responda nosso sonho com uma só chave,
com uma só porta fechada pela sombra.

PABLO NERUDA




sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

um pedaço de você...



Um pedaço de você já ficou no tempo, quando você deixou de ler um bom livro, quando não acreditou naquele amigo...

Quando não aproveitou aquele instante para falar de amor, quando não abraçou seu pai e nem beijou sua mãe.

Um pedaço de você se perdeu na curva, quando abandonou o seu sonho sem tentar, quando aceitou trabalhar onde não gostava, quando fazia o que não suportava...

Quando disse sim, quando queria dizer não, quando deixou o amor morrer antes de nascer, por medo de sofrer...

Um pedaço de você ficou parado, quando você não quiz fazer um novo percurso, quando se conformou com o velho, quando ficou parado vendo o povo correr...

Quando votou em branco, se podia escolher, quando não apareceu quando era esperado.

A vida pede atitude em cada instante, e passa por cima de quem se cala, de quem aceita, de quem acredita que tudo está irremediavelmente perdido.

A vida desacata quem não se aceita, humilha quem não se valoriza, ensina com amor os que amam sem medidas, ensina com dor, os que fogem das lições.

Um pedaço de você quer tudo, outro quer se esconder.

Assim, cabe a você, só a você, dosar ansiedade e apatia, ter um tempo para criar e outro para executar...

Falar e ouvir, ensinar e aprender, caminhar e correr...

Amar e ser amado, falar baixo e gritar...

Ter um tempo para refletir...

Só não vale cruzar os braços!

Só não vale não ser você!

Só não vale esquecer:

Que nada é mais importante que você!.

Paulo Roberto Gaefke

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

POLITICAMENTE INCORRETA




Eu choco!
Afinal a minha política
é ser politicamente incorreta...
Sem medos, sem vergonha,
sem regras!

Sou polêmica por opção!
Não sou do tipo que dá esclarecimento
ou satisfação!

Incomodar?
Não tem preço!
Não nasci pra ser pouca coisa
e meu juízo não tem endereço!

A liberdade me chama de amiga
e a conduta me desconhece...
Sou santinha do pau oco
e o prazer é minha prece!

Não mantenho os pés no chão
pois a vida ensinou-me a voar...
Você acha que sou devassa?
Sou mais do que possa imaginar!

(Mell Glitter)

domingo, 23 de janeiro de 2011

Caçador de mim


Por tanto amor, por tanta emoção,
A vida me fez assim
Doce ou atroz, manso ou feroz,
E eu caçador de mim


Preso a canções, entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar longe do meu lugar,
eu, caçador de mim


Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito à força numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura


Longe se vai sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir o que me faz sentir,
Eu, caçador de mim


Abrir o peito à força numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura
Longe se vai sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir o que me faz sentir,
Eu, caçador de mim

Mulher, guerreira

Beijo Molhado?

sábado, 22 de janeiro de 2011

Sonho em preto e branco

Saudades


Um dia me disseram

para ter paciência porque
a saudade é um sentimento
nobre que poucos podem ter...

Que somente as pessoas
que realmente tem capacidade
amar podem senti-lo...

Mas infelizmente tudo tem seu preço...
Porque quem sente saudade
é sinal de algo no passado
foi inesquecível...

É sinal de alguém não apenas
passou por sua vida
e sim que permanece...

E que faz grande falta.

"Ana Cláudia Ferreira"

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Palavras Vazias



Ao meu redor,
Palavras frias... vazias
Mascaras usada
Para esconder
Inteiras mentiras.

Teatro
Da enganação
Em plena atuação
Do viver
De forma não sentida
A verdade
Muitas vezes
Preterida

Acreditam-se
Nas Palavras,
Nos olhares
E na poesia,

Fala-se de amor
Com intensa
Sinceridade
E o verbo
Assim te dirige

Fala-se
De uma forma
Mas é de outra
Que se vive

Ao meu redor
Palavras sem entonação
Versos jogados ao vento
Sem honrar
Sentimentos
Sem se preocupar
Com o coração,

Tudo isso
Não é pouco
Pois não é o teu
E sim
O coração do outro!!!

Gilson Costa


Sou apenas a resultante dos meus amores

Filhas, fatos, dias, palavras, poesias...
Mulheres, paixões, vindas e idas,
Presente, passado, coisas da vida.
Composta de alegrias e as vezes dores,
Sou apenas a resultante dos meus amores.

Do ódio, das horas vadias, passadas.
Das lagrimas, solidão e das boas risadas,
Do espinho e do perfume das flores
Sou apenas a resultante dos meus amores.

Amores que me tocaram, alguns me feriram,
Deixando cicatrizes que o tempo não cura
Mostrando-me uma estrada penosa e dura,
Expondo meus segredos e meus piores temores,
Sou apenas a resultante dos meus amores.

Amores que estão e que ainda permanecerão
Aquilo que deixo guardado no coração
Sonhos, significados fortes, belos,
Muralhas, fundamentos sólidos dos meus castelos,
Que no meu fim não se transformarão em vapores,
Sou apenas a resultante destes amores...

Gilson Costa Brito


Quem me diz?



Quem diz são os meus olhos:
- Você é bonita, sim,
Eles que vêem o mundo,
Jamais mentiriam pra mim!

Eles que admiram a Lua
O mar, estrelas e jasmim,
Que brilham sempre ao te ver,
Jamais mentiriam pra mim!

Quem diz é a minha alma:
- Você é especial, assim.
Ela que guia meus passos,
Jamais mentiria pra mim!

Ela que me orienta
Veste-me feito cetim,
Calma, poderosa e sabia.
Jamais mentiria pra mim!

Quem diz é o meu coração:
- Você é um ser de luz, enfim.
Ele que descompassa ao vê-la,
Jamais mentiria pra mim!

Ele que a traz dentro do peito
Fazendo-te meu Querubim,
Que me leva ao paraíso
Quando diz: - Você foi feita pra mim!

Gilson Costa Brito

Deixo...



deixo
que teu olhar me toque
que teu toque me provoque
ao provocar me sufoque
e me deixe em choque
deixo
que tua boca me beba
tua mão me toque
com toque de seda
que seu corpo o meu compreenda
ser você realidade e não lenda
deixo
em meus lençois macios
aquecer todos nossos frios
e no meu de nossos arrepios
preencher meus espaços vazios
Gilson Costa

"Os anjos do meio da praça" (2010)


"Os anjos do meio da praça" (2010)

Sinopse: Uma fábula sobre anjos caídos, sonhos esquecidos, e um menino.


"Os anjos do meio da praça" (2010) from Alê Camargo on Vimeo.



http://vimeo.com/16021750

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

"Família é prato difícil de preparar"



Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema, principalmente no Natal e no Ano Novo. (e férias então...) Pouco importa a qualidade da panela, fazer uma família exige coragem, devoção e paciência.
Não é para qualquer um. Os truques, os segredos, o imprevisível. Às vezes, dá até vontade de desistir.
Preferimos o desconforto do estômago vazio. Vêm a preguiça, a conhecida falta de imaginação sobre o que se vai comer e aquele fastio.

Mas a vida, ( como uma azeitona verde no palito) sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite.

O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares.

Súbito, feito milagre, a família está servida.
Fulana sai a mais inteligente de todas.
Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade. Sicrano, quem diria? 

Solou, endureceu, murchou antes do tempo. Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante. Aquele o que surpreendeu e foi morar longe. Ela, a mais apaixonada. A outra, a mais consistente.

E você?  É, você mesmo, que me lê os pensamentos e veio aqui me fazer companhia.

Como saiu no álbum de retratos? O mais prático e objetivo? A mais sentimental? A mais prestativa? O que nunca quis nada com o trabalho?

Seja quem for, não fique aí reclamando do gênero e do grau comparativo.

Reúna essas tantas afinidades e antipatias que fazem parte da sua vida.

Não há pressa. Eu espero. Já estão aí? Todas? Ótimo. 

Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados.

Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola. Não se envergonhe de chorar.

Família é prato que emociona. E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de tristeza. 

Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco.

Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa.
Atenção também com os pesos e as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto, é um verdadeiro desastre.

Família é prato extremamente sensível.

Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido.

Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional..

Principalmente na hora que se decide meter a colher.


Saber meter a colher é verdadeira arte.

Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada.

O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem.

Tudo ilusão. Não existe Família à Oswaldo Aranha; Família à Rossini, Família à Belle Meuni; Família ao Molho Pardo,  em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria. Família é afinidade, é a  Moda da Casa. E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito.

Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadíssimas.

Há também as que não têm gosto de nada, seriam assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha. 
Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.
Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia.

A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel.

Muita coisa se perde na lembrança. Principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu.

O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar,
família é prato que você tem que experimentar e comer.
Se puder saborear, saboreie.

Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro. Aproveite ao máximo.

Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete.



 Trecho resumido do livro “O arroz de Palma, (Francisco Azevedo)


"Se tivéssemos consciência do quanto nossa vida é passageira,
talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades
que temos de ser e de fazer os outros felizes"