quinta-feira, 28 de junho de 2012

Expectativas



Creio eu, na minha humilde ignorância, que o mal da modernidade chama-se expectativa ou expectativas, fiquem vocês com a melhor opção, pois seja no singular ou no plural, elas estão sempre ai...

Criamos, alimentamos, mimamos-as.

Algumas crescem nos abraçam e caminham ao nosso lado, tal qual animal de estimação, sempre felizes ao nos ver. Outras crescem além da conta, engolindo a gente, paralisando-nos.

As expectativas tão presentes em nossas vidas.

Às vezes damos valores indevidos e elas caem em cima de nós feito avalanches, confundem as horas do relógio, viram toques de telefones ou nos dias de hoje, sinais sonoros de sms.

E os sonhos? A os sonhos repletos de expectativas, de momentos esperados, realizados ou não.

Planos que se fazem no pensamento e muitas vezes morrem na vida real. Expectativas!

E olha que estão em todas as partes, da hora que acordamos à hora que vamos dormir. 

Sempre ali na espreita, na esquina, na próxima curva pronta para pegar a nossa mão e nos guiar por ai..

Expectativas... Plantação de difícil colheita, chuva acida na alma, que corroí quando não atingidas, supridas e superadas.

Esperamos demais, fazem de menos e criamos então a nossa Hidra de Lerna moderna...

 Expectativas!

Quais você alimenta, quais te devoram!!!

Gilson Costa

E se...



E se eu sorrir
será minha alma
sorrindo para tua
E se você me olhar
é pra ver
que dentro de mim
só há você

E se eu suspirar
quero que meu suspiro
beije teus lábios

E se eu fechar os olhos,
Quero contigo sonhar
E se eu te te tocar,
Que toque teu espírito
muito além de sua pele

E se eu te beijar,
Que seja eterno e intenso
enquanto dure,
E se eu te soltar,
Que vá mesmo sabendo que estará
sempre aqui

E se me abraçar,
Que teus braços me prendam…
para todo sempre.

E se eu te amar,
Que seja sincero
que seja toda minha.

Se eu sentir frio,
Que teu calor me aqueça
que teu sorriso me envolva.

E se, porventura, tudo acabar,
Que seja apenas um pesadelo
e ao acordar
que seja você ao meu lado…

Gilson Costa

Teus escritos!



Esta na hora de abrir aspas em teus textos, inunda-los de exclamações
e locuções adjetivas. Apagar interrogações que não levam a nenhum outro
paragrafo.

Esta na hora de conjugar o verbo no presente, deixando de lado o futuro
do pretérito e que tenha em mente que o mais que perfeito , em alguns casos
é apenas uma quimera...

Esta na hora de apagar as retiCências e colocar os pingos nos "is", sem metaforas.
Que os paradoxos não tornem-se hiperboles, que a oração não seja apenas subordinada
e que o sujieto deixe de ser oculto.

Porque teus versos são intensos, tuas rimas nobres e isso não é retórica minha ou mera alegoria.
Tem métrica perfeita, suas palavras, silabas que ecoam em nossos corações em rimas ricas.

Esta na hora de apurar vicios de linguagens para que possamos nos deleitar com tuas estrofes.

Passou da hora de mudar o ritmo de teus poemas...

terça-feira, 26 de junho de 2012

Eu te amo



Eu te amo
Antes e depois de todos os acontecimentos
Na profunda imensidade do vazio
E a cada lágrima dos meus pensamentos.

Eu te amo
Em todos os ventos que cantam,
Em todas as sombras que choram,
Na extensão infinita do tempo
Até a região onde os silêncios moram.

Eu te amo
Em todas as transformações da vida,
Em todos os caminhos do medo,
Na angústia da vontade perdida
E na dor que se veste em segredo.

Eu te amo
Em tudo que estás presente,
No olhar dos astros que te alcançam
Em tudo que ainda estás ausente.

Eu te amo
Desde a criação das águas,
desde a idéia do fogo
E antes do primeiro riso e da primeira mágoa.

Eu te amo perdidamente
Desde a grande nebulosa
Até depois que o universo cair sobre mim
Suavemente.

Adalgisa Nery

Desconfio da genuinidade do amor alheio



Desconfio da genuinidade do amor alheio. Será mesmo ele? Existem encontros, almas cruzadas e mais mil patifarias românticas. Sim, existem. Conheço vários destes tipos e acho ridiculamente lindo. Porém, são exceções. Não se ama com tal facilidade. Deixe-me explicar para quem acha que entendeu o não compreensível:

- A necessidade agressiva de estar com alguém não é amor. É carência.
- A admiração absurda por aquele que vos beija e ouve suas declarações não é amor. É ego.
- A vontade de se entranhar nas entranhas estranhas do sujeito também não é amor. É fogo no rabo.
- Assim como o cuidado emocional é caridade, as trocas de elogios são pequenas inseguranças e o desejo amargo de estar para sempre com alguém até a morte é tortura.

Nada disso reflete o amor. Reflete, sim, os pequenos sabotadores internos dentro de vocês – neste caso, me permito a generalização do conteúdo para maior reflexão. Vocês, todos.

Então o que é esse sentimento que poetas e artistas lutam e relutam tanto para descrever? Incompreensível. E se você compreende, está enganado. Assuma. Assim economizamos horas gastas em futuras terapias. É claro que o falso amor não impede ninguém de ficar junto, pode ser até mais divertido.

Não se ama apenas uma vez na vida, isso é um marketing ruim que inventaram. Mas talvez se viva uma vez sem amar. Também não se ama eternamente, pois é emocionalmente impossível amar alguém às 6h de uma segunda-feira pós-feriado prolongado. Sejamos sinceros. E as chances de você morrer velinho abraçado com seu parceiro são ínfimas, salvo caso queira ligar o gás e sentar no sofá com seu amor para sempre.

Por favor, não julgue minhas palavras como amargas. Sofro de uma obsessão compulsiva pelo amor, assim como todos – e novamente preciso generalizar. Acredito nele, mas já não espero sua chegada, pois prefiro acreditar no acaso. E ‘o acaso tem seus sortilégios, a necessidade não. Para que um amor seja inesquecível, é preciso que os acasos se encontrem nele desde o primeiro instante como os pássaros nos ombros de São Francisco’, disse Kundera. (Renan Botelho)

domingo, 24 de junho de 2012

Nem tudo é fácil

Cecília Meireles : Nem t


É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar
alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar
para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos,
realidade!!!

Cecília Meireles


quinta-feira, 21 de junho de 2012

Sempre: Palavras




Palavras,
nascidas, proferidas
não tem mais Senhor
dono e nem proprietário


Uma vez pronunciadas
ganham o mundo


Em versos
transformam-se de todos


Não falam de um amor,
mas de amores
de dores, de sorrisos 
tristezas universais
perdem-se
seus direitos autorais...


Palavras
doces, suaves
as vezes, amargas
rasgam mais 
que espadas....


Curam e abrem feridas
estampam o livro de nossas vidas
tornam-se estradas escuras
ou avenidas floridas


Palavras


Companheiras
Inimigas
Amorosas
ou cheia de intrigas.


Palavras


Gilson Costa

quarta-feira, 20 de junho de 2012

E seu eu disser



E seu eu disser que no meu peito
mora uma dor que não tem jeito
de parar de doer
e seu eu disser que mesmo com saudade
hoje a minha realidade
é sempre te querer
 
e se eu disser que apesar dos pesares
te sinto nos ares
te sinto em cada pedaço de mim
começo, meio e meu fim
 
e seu eu disser que o desejo invade
e a chama que arde
esta prestes a me consumir
e seu eu disse com minha poesia
que você é meu dia
e não quero vê-lá partir
 
 
gilson costa

PRELIMINAR DO FIM


Que espera nutrirá perseverança,
se é utopia a ilusão que me fascina,
se é morto o arquivo augusto desta sina,
se a sorte é fantasia e desconfiança?

O tempo agindo à espreita, na surdina,
arrosta-me aos ardores da lembrança;
até parece jogo de vingança,
expondo-me a vexame nas esquinas!

Tempo sagaz, perverso, engodador;
voz dócil, mansa, truque das sereias,
eis as ondas morrendo nas areias!

É assim mesmo, sem tirar nem pôr:
a vida arruma o riso antes da dor,
preliminar do fim, última ceia!

 Antonio Kleber. Editora ZEM – RJ – 2007)

terça-feira, 19 de junho de 2012



Você, meu direito universal,
Lei máxima do meu amor
Tenho direito a teus beijos
Durante toda minha vida
Castos ou sem pudor

É seu dever zelar por mim
Dar-me carinho e cuidados
Amor sem fim
Não conjugar no passado
E só no presente
Ter o verbo amar
Sempre em tua mente

É direito meu
Percorrer a geografia do seu corpo
Dar abraços e amassos
Que nos deixa louco,
Dedilhar cada pedaço do seu ser
É direito meu
O seu bem querer

Considerando que o reconhecimento
Deste sentimento que por você nutro
Considerando essencial
Que este amor é meu guia

Decreto como lei irrevogável
Que você seja minha

Gilson Costa

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Sou sua vida



Sou sua vida
quer me queira ou não,
sou teu caminho
mesmo sozinho
terá que que me percorrer 
não adianta fugir
não adianta correr,
pois você sou eu e eu sou   você 

Sou sua tristeza e alegria
sou sua noite, sou seu dia
sou seu frio, sou seu calor,
sou seu acalanto, sou sua dor.
sou sua casa cheia, sua cama vazia 
sou sua vida

Sou o teu corpo e sua alma
sua briga interna e tua calma
sou o teu certo e o seu errado
sua virtude, seu pecado
teu presente e teu passado
sou o teu sobrenome
a chama que te consome 
sou teu menino, teu homem...

E quando olhar para trás
irá me querer mais
porque sou tua guerra

sou tua paz


Gilson Costa

domingo, 17 de junho de 2012

DESPEDIDAS





“Eu me despeço
das fagulhas soltas ao vento
que brilham por um momento
e longe do sol se ofuscam..
Mas não desisto da busca.

Eu me despeço
da ignorância diplomada
aprendizagem disfarçada
manipulando o saber...
Mas insisto em aprender.

Eu me despeço
da canalhice escrota
a bandidagem solta
corrupção a céu aberto...
Mas não desisto do que é certo. Nem generalizo.

Creio plenamente no Amor
mesmo vendo tantos morrer...
pois o sol mantém seu brilho
até em dias, que não se consiga ver.

Eu me despeço
da covardia vivida.
Quero a coragem em meu ser
e até que chegue o adeus do momento
desse meu corpo cansado pelo tempo...
Não desistirei de VIVER.

Meu espólio será a poesia
Tesouro de uma vida
por Deus capacitada
e de esperanças renovadas
pelo poder desse Amor.

E sem nenhuma dor ou mágoa,
com o sorriso da alvorada
e a estrada da vida cumprida,
Dar-se-á a derradeira despedida...."(Rose Felliciano)


Não sou mais um oceano extenso
Que vagueia em todas as direcções
Para lugar nenhum.
Não sou mais que uma estrela do mar
Que se prende ao seu destino.
Não sou mais que uma rocha,
Que vai de encontro às ondas alteradas,
Sem nada sentir.
Sou o que sou,
Apenas um ente,
Um espírito num corpo inerte,
Que persegue seus sonhos sem os sonhar.
Sou um estado de alma incompleto
Que não terminou sua transformação nesta vida,
Preso dentro de algo medroso e pegajoso.
Sou uma fachada de mim própria,
Coberta por uma máscara que já não sai.
Coberta por um medo disfarçado de pânico.
Sou um pequeno desenvolvimento
Que não cresce com o tempo.
Sou a tua história mal contada,
A tua atrocidade já mórbida,
Que o tempo apagou..
Sou a tua sombra mais obscura,
Que não encontrou saída
No teu manto de mentiras.
Sou a tua consciência que pesa-te nas memórias
De tempos idos e jamais voltados.
Sou o jardim dos teus mais sombrios pesadelos,
Que te perseguem em noites frias.
Sou tudo... e não sou nada!


“Ando precisando de alguém que não desista de mim, de alguém que não me mude, que não me rotule demais. Alguém que não me faça chorar, que não me deixe insegura. Ando precisando de alguém que segure firme a minha mão e que não me peça mais do que eu posso oferecer. Ando precisando de alguém que reconheça todos os meus defeitos, mas que enxergue também as minhas qualidades. Que me deixe sem sono e sem fala. Ando precisando de alguém que me venha a cabeça até com uma propaganda de TV, que me arraste para a cama mais cedo, que durma comigo no meio da tarde. De alguém que critique meu mau-humor e que me irrite quando eu não estiver bem. Ando precisando de alguém que me faça sorrir, que me conte verdades, que não seja mais uma pessoa qualquer. E sim que seja a pessoa. Ando precisando de alguém que seja de verdade, que seja inteiro, sem metades, sem mentiras. Que me dê colo mesmo quando eu disser não, ou que me deixe sem chão mesmo quando eu não souber mais o que fazer. Ando precisando alguém que me deixe com o coração na mão e que não me deixe dúvidas.” Rafaela Marques

Poetas são verdadeiros idiotas



Poetas são verdadeiros idiotas quando amam! Vendem seus ‘poemas baratos’ por trocadilhos ainda mais estúpidos. Poetas são tolos quando amam. Culpa os astros por sua infelicidade, o álcool por suas necessidades. Poetas são por vezes transversais de uma virtualidade colorida, incompreendidos em rima de plano radial. E quando quiçá compreendidos... “Deus escreve certo por linhas tortas”; Poetas escrevem o certo logo após as tortas linhas!

MARIA CLARA DE CLARO LIRA

sábado, 16 de junho de 2012

QUANDO UM CAPÍTULO SE ENCERRA



Somos nossas memórias e o que elas representam em nossas vidas. Quando essas lembranças, que há anos serviram como balança para separar o certo do errado, o que realmente importa do que é banal, o bem do mal, de repente, sem aviso, simplesmente perdem o significado, nos perguntamos: o que acontece agora?

No ciclo normal de nossas vidas, quando um capítulo é encerrado, temos, por base na premissa deixada nas últimas páginas, uma expectativa do que virá a seguir. Mas, e se o capítulo se encerra por si mesmo? Não que não haja expectativas quanto ao conteúdo de capítulos vindouros, apenas não há mais a sensação de ter havido um “antes”. Tal capítulo é encerrado talvez sem um fim que amarrasse todas as pontas soltas, mas, ainda assim, com a sensação de uma obra completa. Um capítulo que se encerra, como se encerrado fosse todo o livro. Assim sendo, o próximo capítulo não tem o gosto de uma seqüência angustiante, intrigante ou emocionante. É meramente o início de um novo livro dentro da mesma capa.

Todos nos definimos em algo, como algo, para algo. Tendo como definição pessoal, um conflito entre a insatisfação com o presente, um passado agridoce já desaparecendo na memória e um sonho aparentemente inalcançável de futuro, estranhamente perdido toda a importância após uma noite de sono, o que lhe resta? Se o passado não importa, e o futuro não é mais um deslumbre infantil; estando a base que o tornava ciente de quem você é transformada em uma folha em branco, ouso lhe perguntar: Quem você é agora?

Bruno César


Uma me joga na cama
Beija-me com fome
Se diz minha amante
E me chama de seu homem

Outra deita comigo
Faz-me dengo e mimo
Se diz meu amor
E me chama de menino...

Uma me da sua mão
Conversa a noite inteira
Me chama de seu amigo
Se diz minha companheira

Outra sempre pede mais
Na cama não me da sossego
Se diz mulher profana
E me chama de seu negro

Gilson Costa

ALMA DE MULHER



Se mitologia, labirinto.
Se bebida, Absinto,
Se rio, correnteza.
Sete quedas com certeza.
Se montanha, o Everest,
Se cidade, Budapeste.
Se caverna, do Diabo
Se comida, quiabo...
Se corda, um nó
Se alimento, jiló.
Alma de mulher
Como contem tantas
Dentro de uma só?

Se mitologia, Esfinge.
Se parte do corpo, laringe
Se mar, imenso,
Se temporal, intenso,
Se sentindo físico, surda.
Se lenda, Triangulo das Bermudas.
Se nota musical, dó,
Alma de mulher,
Como pode habitar tantas
Dentro de uma só???

Gilson Costa

Amor, esse laço by Eliane Brito



O Amor é um embaraço

Se não me perco,

Não me acho

E se me acho perco o compasso

Tão contraditório sentimento

É veneno que cura

É antídoto que vicia

É eterno sem ter tempo 

É razão que se desavaria 

O maior de todos os temas

E o tema que ninguém domina

O amor, minha fortaleza

Ao mesmo tempo minha ruína


Vou tentar nos explicar...
se não é carmico, se não é quantico,
então o que será???

Resgate de vidas passadas
insistência que não vai dar em nada?
Sonhos que não serão vividos
Castelos que mal foram construidos?

Quimeras...?  Quem dera soubesse
uma equação para nos entender
não vejo-a sem mim... Não me vejo sem você
não vejo porto seguro
sem viver o presente, não da para falar de futuro?

Então... O que é este amor em nossa existencia
calmaria..turbulencia
é algo para estudo da Ciência
só sei que viver sem você é insuportavel
e posso dizer por mim
és meu Amor...Inevitável

Gilson Costa

A REAL FORÇA DA MULHER



Mulher, que esconde sua real força
sob uma capa de fragilidade,
é na realidade a verdadeira força do lar...
Mulher com jeito especial de amar,
que sabe no amor vibrar...
Mulher, que sabe ser alegre na alegria,
como tambem sabe ser triste na tristeza...
É uma mulher de verdade,
que faz do amor a felicidade...
Mulher, ama o lar e a familia,
e sabe viver esse amor...
Sexo frágil, é simples fantasia,
é na verdade, mera utopia,
criada por quem não sabe
dar à mulher seu devido valor...
Mulher, é quem na realidade,
faz a felicidade de seu lar...
Diz-se com propriedade,
que por trás de um grande homem,
sempre existe uma grande mulher,
que o ampara e o empurra pra frente...

Marcial Salaverry

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Dias que vão ( Réplica da poesia de Márcia Lee-Smith )


Não pode ser só isso

ver o por do sol ir embora
ficar preso a esse feitiço
que é o passar das horas

deve ter uma razão
os dias que se vão
dando então vazão
a um esperançoso coração

não deve ser isso apenas
a alma imortal se torna pequena
e incompleto fica o pensamento
que só pensa em correr atrás do tempo

atrás do tempo
que agora é o momento
não deve ser só isso a vida
deve haver razão, um motivo
de estar neste mundo, vivo...

Gilson Costa

Confissão




Se não a vejo e o espírito a afigura,
Cresce este meu desejo de hora em hora...
Cuido dizer-lhe o amor que me tortura,
O amor que a exalta e a pede e a chama e a implora.


Cuido contar-lhe o mal, pedir-lhe a cura...
Abrir-lhe o incerto coração que chora,
Mostrar-lhe o fundo intacto de ternura,
Agora, embevecida e mansa agora...


E é num arroubo em que a alma desfalece
De sonhá-la prendada e casta e clara,
Que eu, em minha miséria, absorto a aguardo...


Mas ela chega, e toda me parece
Tão acima de mim...tão linda e rara...
Que hesito, balbucio e me acobardo.


Manuel Bandeira