segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Amanhã passa by Gilson Costa


Sábado passou
ja se passaram os anos
que eu não te conhecia
os que eu não tive você
Passam-se as horas
que eu não  te vejo
não te beijo
Passam-se os meses
onde não senti 
o teu perfume...

nem amanhã...

Gilson Costa


Só a vontade que não passa...

e nem nos amamos;

domingo, 29 de agosto de 2010

Sou um Anjo a procura de seu demonio interior"


Quem eu sou ,nem eu sei
onde estou e para onde vou...
O que dizer de mim,se mal me conheço
como te convencer se não me convenço...
Quem sou eu afinal
o certo o errado , o bem e o mal.
Ja fui muitos / e agora pouco sou
ja fui nada / e nada agora me restou
Sou eu
Negro, homem
que ama, sorri e chora
e que sabe e faz a hora
não espera acontecer...
Mas quem sou eu?
uma particula solta no universo
um arauto que profetiza em forma de verso
um animal racional?
Apenas mais um simples mortal
que com os desejos teus
sonha em um dia ser um DEUS...?
quem sou eu?

Gilson Costa

Tatuagem


Então Deus fez você
cravando-a em minha mente
profundamente
assim te levo em pensamentos
comigo pra sempre.
E de forma mágica e pura
tatuou você em mim,
como tatuou no céu
a lua

Em algum lugar do universo
estava então escrito
que um dia
eu iria te conhecer
quem sou para questionar
o destino e os caminhos
que temos que percorrer.
então
fiz de você a tatuagem
que enfeita o meu viver.

Mas queria eu
ser a tua tatuagem
assim nada me impede
de estar colado em tua pele
sendo então sua companhia
por toda a noite
por todo o dia...

Então Deus fez você
te fez tatuagem no meu coração
trazendo luz
para onde só havia escuridão.

Mas queria eu
estar tatuado me você
para ter a certeza
de nunca te perder
e mesmo que tentasse
um dia me apagar
dando pra mim esse fim
Saberei que em tua alma
ficara algo de mim...

Gilson Costa

Eu me rendo ,,,,

ENTREGO-ME
A TENTAÇÃO SE SUA PRESENÇA
FEITO CHUVA DE VERÃO
RAPIDA, POREM INTENSA.

RENDO-ME
AO TEU CORPO E CARICIAS
AS SUAS DELICIAS
QUE TIRAM-ME A PAZ
SABENDO QUE NÃO AS TEREI MAIS

RENDO-ME AO TEU BEIJO
DESEJO E OLHAR
A SUA FOME A ME SACIAR
MESMO SABENDO
QUE ESTE ALIMENTO PODE ACABAR

ENTREGO-ME AO TEU PECADO E PODER
SEJA DONA DO MEU SER
FAÇA O QUE VOCE QUISER
USE-ME DEPOIS ME DEIXE DE LADO
SOU TEU AMANTE, SEU ESCRAVO.

RENDO-ME A DOR
PARA FICAR PERTO DO AMOR
RENDO-ME A VOCÊ
PARA EU TER PRAZER

Gilson Costa

Amor Fatal

Suga me, a teu bel prazer,
Alimenta tua vontade,
Incorpora-me a você,
Aranha negra da cidade.


Devora-me, como queres,
Sinta o gosto da minha carne,
A vida do meu ser arranques,
Canibalizando-me, sua verdade.
Predadora de mim, amor mortal,
Intensidade de prazeres abissais,
Fêmea em transe no amor total,
Faminta, sacia gozos colossais.


Espojando-se, me aprisionando,
Me matando a cada momento,
Nas suas contrações fundindo,
Carne, espírito e sentimento.
Mata-me quando quiseres,
Tira de mim, a minha força,
Deita no meu leito e esperes,
Amar-me, louca, como queres.
Amor Fatal

Daniel Fiuza

Ferida


poética
arte
maldita
que emerge
do caos
que relaciona
os deuses
com os homens
jogados
as escadas
abaixo.
poeta
estertor
agônico
de um estereotipo
submetido
aos folhetins
e arrepios
como o corte
da carne
com arame
farpado,
caos
político
social
e econômico,
deuses anacrônicos
e amoral
sangrando
sangrando
san-gran-do.

Manoel Messias Pereira
visite LITERATURA NEGRA em:
http://feirapreta.ning.com/groups/group/show?id=2124435%3AGroup%3A6255&xg_source=msg_mes_group

Da chegada do amor


Sempre quis um amor
que falasse
que soubesse o que sentisse.

Sempre quis uma amor que elaborasse
Que quando dormisse
ressonasse confiança
no sopro do sono
e trouxesse beijo
no clarão da amanhecice.

Sempre quis um amor
que coubesse no que me disse.

Sempre quis uma meninice
entre menino e senhor
uma cachorrice
onde tanto pudesse a sem-vergonhice
do macho
quanto a sabedoria do sabedor.

Sempre quis um amor cujo
BOM DIA!
morasse na eternidade de encadear os tempos:
passado presente futuro
coisa da mesma embocadura
sabor da mesma golada.

Sempre quis um amor de goleadas
cuja rede complexa
do pano de fundo dos seres
não assustasse.

Sempre quis um amor
que não se incomodasse
quando a poesia da cama me levasse.

Sempre quis uma amor
que não se chateasse
diante das diferenças.

Agora, diante da encomenda
metade de mim rasga afoita
o embrulho
e a outra metade é o
futuro de saber o segredo
que enrola o laço,
é observar
o desenho
do invólucro e compará-lo
com a calma da alma
o seu conteúdo.

Contudo
sempre quis um amor
que me coubesse futuro
e me alternasse em menina e adulto
que ora eu fosse o fácil, o sério
e ora um doce mistério
que ora eu fosse medo-asneira
e ora eu fosse brincadeira
ultra-sonografia do furor,
sempre quis um amor
que sem tensa-corrida-de ocorresse.

Sempre quis um amor
que acontecesse
sem esforço
sem medo da inspiração
por ele acabar.

Sempre quis um amor
de abafar,
(não o caso)
mas cuja demora de ocaso
estivesse imensamente
nas nossas mãos.

Sem senãos.

Sempre quis um amor
com definição de quero
sem o lero-lero da falsa sedução.

Eu sempre disse não
à constituição dos séculos
que diz que o "garantido" amor
é a sua negação.

Sempre quis um amor
que gozasse
e que pouco antes
de chegar a esse céu
se anunciasse.

Sempre quis um amor
que vivesse a felicidade
sem reclamar dela ou disso.

Sempre quis um amor não omisso
e que suas estórias me contasse.

Ah, eu sempre quis uma amor que amasse.

Poesia extraída do livro "Euteamo e suas estréias", Editora Record - Rio de Janeiro, 1999,
Elisa Lucinda

Quero amar-te mais


Quero amar-te mais
E sempre mais,
Dar-te o corpo e a alma,
mas não dou as Palavras …
As palavras são minhas,
Só escrevo o que quero
Só digo o que posso dizer
Tudo o resto,
É fantasia tua e dos outros.
Só eu sei dos meus silêncios,
Das minhas dores,
Dos meus sofismas,
Só eu sei!
mas quero amar-te
Acima de todas as dúvidas,
Acima de todas as intolerâncias,
Acima dos legados
Dados por mim
E alguns recusados!...

Apenas tu existes
No meu sentir!
Acredita,
Aproxima-te,
Vem até mim
E saboreia o encanto
Do Poeta que tudo dá
Que tudo canta,
Em horas mortas
E acorda em horas vivas,
Num outro Lugar.

Mas acredita, neste amor
Maior do que o tempo
que nos resta …
E vem, sempre e sempre
Uma vez mais
E saboreia a ternura sutil
E quente,
Deste vulcão que canta
E se expande de seguida
E usa as Palavras
Do meu encanto!

Mas não sou tua
Nem de ninguém,
Apenas a contradição
De mim mesma!

E existo nas palavras que digo
E que escrevo
Tudo o resto é silêncio
E vozes calada

Basta pensar em sentir

Basta pensar em sentir
Para sentir em pensar.
Meu coração faz sorrir
Meu coração a chorar.
Depois de parar de andar,
Depois de ficar e ir,
Hei de ser quem vai chegar
Para ser quem quer partir.
Viver é não conseguir.

Fernando Pessoa

Fogo...

me encante

Me encante ,nos mínimos detalhes, saiba me fazer sorrir, aquele sorriso malicioso e gostoso, inocente e carente, me encante com seus olhos, me olhe profundo, mas só por um segundo, depois desvie o seu olhar, como se o meu olhar, não tivesse conseguido te encantar, e então, volte a me fitar, tão profundamente, que eu fique perdida sem saber o que falar, me encante com serenidade, mas não se esqueça, também tem que ser com simplicidade, não pode haver maldade, me encante com uma certa calma, não tenha pressa, tente entender a minha alma, me encante na calada da madrugada, na luz do sol ou embaixo da chuva, me encante sem dizer nada ou até dizendo tudo, sorrindo ou chorando, triste ou alegre, mas me encante de verdade, com vontade, que depois, eu te confesso que me apaixonei e prometo te encantar todos os dias.

Paixão é sinônimo de cegueira....

Das coisas que deixamos para depois

Eu realmente acho triste essas coisinhas que vamos adiando. São planos, sonhos ou apenas desejos e vontades, que com o passar do tempo vamos deixando pra segundo plano. Vamos nos acostumando com o “fica pra depois”. O que todo mundo sabe, mas o que ninguém quer lembrar é que o depois pode não chegar nunca. [...]

Rodrigo said

Não me peçam razões

Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.

Nâo me peçam razões por que se entenda
A força da maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei;
Não fiz a lei e o mundo não aceito.

Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir;
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.

José Saramago

Quer ser amado, AME.

Para sentir-me pleno, tenho que ser estável.
Para ser estável, é necessário equilíbrio.
O equilíbrio entre:
Ser alegre, e não inconveniente.
Ser sincero, e não machucar.
Ser firme nas idéias, e não arrogante.
Ser humilde, e não submisso.
Ser rápido, e não impreciso.
Ser contente, e não complacente.
Ser despreocupado, e não descuidado.
Ser amoroso, e não pegajoso.
Ser pacífico, e não passivo.
Ser disciplinado, e não rígido.
Ser flexível, e não frouxo.
Ser comunicativo, e não exagerado.
Ser obediente, e não cego.
Ser doce, e não melado.
Ser moldável, e não tolo.
Ser introspectivo, e não enclausurado.
Ser determinado, e não teimoso.
Ser corajoso, e não agressivo.

Renda-se...


sábado, 28 de agosto de 2010

Poema pitagorico

Era criança...
primavera da razão
fogo que incendeia
o fogo da paixão.

Na minha juventude
transformei-me em razão,
ar que refresca a tarde
luz da emoção

Hoja na maturidade
sou calmo, sou vontade
outono da minha idade
mar de tranquilidade

mas vem ai meu inverno
o tempo da sinais, ja disse
mas encaro com naturidade
o tempo de minha velhice


Gilson Costa

Andróginos

Antigamente os seres humanos eram andróginos formados por 4 pernas , 4 braços e 2 cabeças, Zeus com medo do poder destes seres separou-os e enviou cad um para seu lado. é por isso que sempre parece que nos falta algo ou alguém, a cara metade.

Que Deus é você Zeus
que separou-me de minha outra metade
onde andas, meus outros braços, minhas outras pernas
e outra cabeça
minha essência de verdade...?

Que mal faria eu
se ao lado dela ficasse
não queria mesmo ser Deus
hoje meu amor morre aos poucos
enquanto a saudade nasce

Porque estas distantes meu outro lado
por culpa do temor de Zeus
de ser destronado
fico eu..mal amado
a procura sempre discreta
da parte que me completa

Gilson Costa
Poesias Mitólogicas
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=24535165

O Pomo da Discórdia

Diz a lenda sobre Tróia e sua queda inglória
surgiu da disputa entre a vaidade de 3 Deusas
no que hoje poderia ser considerado
um imortal concurso de beleza

Casamento de Tetis e Peleu Assim se deu...
Deus e mortais foram chamados não esqueceram nada
deixaram apenas a Discórdia de fora
não a queriam, não foi convidada

E Discórdia por sua natureza,
por terem desprezado ela
no meio do salão lançou o pomo de ouro
com a inscrição para a mais Bela.

3 Deusas acharam-se dignas
do presente de tanto esplendor
Hera soberana, Palas Athena
e Afrodite, Deusa do Amor

Pediram a opinião de Zeus
ele logo se esquivou
e em Paris, mortal correto
um juiz ele encontrou

E foram elas seduzi-lo
Promessas feitas acredite
Honras, Sabedoria e Amor
Venceu a disputa Afrodite

As outras então com ciúmes
fizeram la seus queixumes
e a situação não ficou amena
foi Paris então, raptar a grega Helena

E isso causou um reboliço
guerra que durou anos e dias,
mas é caso para outra prosa
historia para outra poesia

Gilson Costa

Poesias Mitológicas
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=24535165

Carícias de Fogo

terça-feira, 24 de agosto de 2010

PROJETO DE PREFÁCIO

Sábias agudezas... refinamentos...
- não!
Nada disso encontrarás aqui.
Um poema não é para te distraíres
como com essas imagens mutantes de caleidoscópios.
Um poema não é quando te deténs para apreciar um detalhe
Um poema não é também quando paras no fim,
porque um verdadeiro poema continua sempre...
Um poema que não te ajude a viver e não saiba preparar-te para a morte
não tem sentido: é um pobre chocalho de palavras.

Mario Quintana

Sou Poeta?

Esta pergunta

ao meu coração formulei:
porque na verdade eu não sei,
sou modesto e nada egoísta
sei que me falta certas características.

Me falta a musicalidade de Goethe
que em sua obra Fausto, tece
e se for pedir eu também quero
a mitologia dos versos de Homero

Sei que este não é poeta
mas me falta a magia e a loucura de Cervantes
e o que dizer então
da profundidade infernal dos versos de Dante.

Me falta isso e algo mais
Uma pitada de Drumonnd
um que de Vinicius de Morais,
além de Djavan e Milton Nascimento
poetas musicais.

E movido pela ambição que a tudo escraviza
tenho também em mente algumas poetizas
Florbela Espanca e a Lispector, Clarice
tornariam minha obra mais viva e sem esquisitices

E ma falta também numa boa
uma dose de Fernando Pessoa

Na falta destes pequenos detalhes
meu coração me da um alarme
e me diz
que sou apenas um tolo aprendiz...
 
Gilson Costa

sábado, 21 de agosto de 2010

Renascimento...morte e vida!

Gosto quando te calas Pablo Neruda

Gosto quando te calas porque estás como ausente,
e me ouves de longe, minha voz não te toca.
Parece que os olhos tivessem de ti voado
e parece que um beijo te fechara a boca.

Como todas as coisas estão cheias da minha alma
emerge das coisas, cheia da minha alma.
Borboleta de sonho, pareces com minha alma,
e te pareces com a palavra melancolia.

Gosto de ti quando calas e estás como distante.
E estás como que te queixando, borboleta em arrulho.
E me ouves de longe, e a minha voz não te alcança:
Deixa-me que me cale com o silêncio teu.

Deixa-me que te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
És como a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão longínquo e singelo.

Gosto de ti quando calas porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se tivesses morrido.
Uma palavra então, um sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre de que não seja verdade.


Me gustas cuando callas

Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que un beso te cerrara la boca.

Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía.

Me gustas cuando callas y estás como distante.
y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
Déjame que me calle con el silencio tuyo.

Déjame que te hable también con tu silencio
claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.

Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O meu impossível

Sempre

É sempre igual o adeus
o pôr-do-sol é sempre especial
As noites sozinho são sempre longas
Estamos sempre a um passo do final

Olhos apaixonados sempre se olham do mesmo jeito
A música quando é boa é universal
A corrupção tem o mesmo caminho
As pessoas, o mesmo potencial

E a noite quando cai
sempre cela um acontecimento:
alguém que chega, outro que vai;
uma vida que de nós se despede
uma jovem a mais que se perde
um alguem que reencontra o pai

Pessoas que se encantam,
segredos que se contam
Amigos que se despedem para nunca mais

Amores divididos,
Policiais, bêbados, bandidos
A vida num ritmo semm paz

Poetas malditos entre a gente
sinceras mentiras, malicias inocentes
o grito que surge de dentro de um ventre
A renovação, todo dia, toda hora

Sempre

Eliane Brito

Coração é terra que ninguém vê


Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Sachei, mondei - nada colhi.
Nasceram espinhos
e nos espinhos me feri.
Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Cavei, plantei.
Na terra ingrata
nada criei.
Semeador da Parábola...
Lancei a boa semente
a gestos largos...
Aves do céu levaram.
Espinhos do chão cobriram.
O resto se perdeu
na terra dura
da ingratidão
Coração é terra que ninguém vê
- diz o ditado.
Plantei, reguei, nada deu, não.
Terra de lagedo, de pedregulho,
- teu coração. Bati na porta de um coração.
Bati. Bati. Nada escutei.
Casa vazia. Porta fechada,
foi que encontrei...

Cora Coralina

Anjo caido #curtaconto

Conversa banal - Eliane Brito

Queria declamar um poema
como quem fala de carne, de pão
de assuntos corriqueiros
como futebol e inflação

Sem pressa, sem voz embargada

como quem fala a troco de nada
mesmo sem ter razão

Contar com a voz a sorrir

como se fosse novidade
prender, intrigar, envolver, seduzir
feito assunto para o qual nunca é cedo ou tarde

Queria saber declamar
e não somente derramar palavras ao papel
calando o som que nelas existe

Transformar todo e qualquer poema em banal conversa

afastá-lo da leitura normal
como bula, testamento ou edital

Separá-lo de tudo aquilo que, ao homem comum,

apresenta-se como limitação
e jogá-lo definitivamente
dentro das conversas de portão

http://linguaqcomunica.blogspot.com/

sábado, 14 de agosto de 2010

Nosso amor, contaminado de eternidade. (Fernando Pessoa)


Por que demoraste tanto a voltar, moço? Sem interpretações, as palavras são todas tuas. Se foram elas que te levaram, que sejam elas que te recebam. Isso é mais que um texto. É um clichê, cheio de exageros. Quebro o silêncio de anos, ‘cada coisa tem sua hora e cada hora seu cuidado’. Procuro ainda meios de preencher os espaços deixados por ti. Guardo ainda os segredos que não te contei. Guardo a importância de tua presença e o quanto de falta ela me fez. E embora eu tenha ficado sem saber onde colocar as mãos sem você, no teu retorno não tive dúvidas, meu abraço parecia te esperar a despeito do passado. Tu voltas e traz contigo as emoções todas. Assustei-me. Olhei bem. Quão suave foi reconhecer: finalmente tudo mudou, ainda bem não mudou nada! E tu, mesmo sem consentimento, foste retomando um espaço dentro de mim, com teu amor exagerado e tua disposição tão bonita. O que ficou nos deu ainda um lugar de repouso, de alívio, de porto e de partida. Obrigada pelos confetes em formas gentis de amor. Pelas declarações – silenciosas – de amor. Por todas as cores divertidas do teu verso de amor e pelo carinho que, depois de tanto tempo, derrama-se em delicadas formas. Tua pressa de ser meu me faz crer que eternidade é um dia de cada vez. Quero mais da gente, quero tuas soluções simples, tua certeza sem promessas. Quero o passado no lugar certo, quero um presente sem culpas e sem dor. Repito baixo pelos cantos que te amo, torcendo para você sentir. Anseio mais coincidências, mais respostas, outras formas de amar. Quero paz diante da possibilidade de dar a mão a alguém sem perder a liberdade. Quero até quando tiver de ser. Aproveito teu ombro como travesseiro e tua cumplicidade de companhia. Ofereço o coração como abrigo e as coisas mais simples que um amor amigo pode trazer. Faço rimas de minha saudade. E assim caminho: com você em mim. Isso é mais que um texto. É um clichê, cheio de vontade. E é o meu sim.

Mulher Negra...



Meu Veneno


Verte dos meus lábios,
do meu olhar, nada sereno.
Em teu regaço fica ameno
suave...o meu veneno.

Verte de meus poros
de minha pele, cálice pequeno
em tua deidade, fico terreno
doce...o meu veneno

Entra em teu corpo
na tuas curvas, meu desempenho
em teus beijos, torna-se estrago pequeno
inofensivo...o meu veneno

Entra em tua alma
eu e você, sem antiveneno
sempre mais, nunca menos
intenso...meu doce veneno

gilson costa

Da Loucura...


Esquizofrenia, insânia
mentes Humanas, anormais
mas minha psicopatologia
não difere de muitos mortais.

Para Homero, boneco dos Deuses
loucos? os oráculos..acredite
das musas...a loucura poética
a loucura amorosa de Afrodite.

Hegel- não é perda abstrata da razão
é seu oposto, sua ausência
tem lógica a loucura de cada um?
não sei..pergunte isso a Ciência

Gilson Costa