Agarrei-me àquele amor como me agarrava as tuas curvas,
para que teu corpo não escapasse do meu. Minhas vontades,
expressas em meus arrepios, falavam a você o que as palavras não conseguiam
descrever.
Meu desejo era simples e único, você. Que pairava soberana
em meus pensamentos, rainha que me subjugava, mantendo-me preso a lembranças,
perfumes e gestos.
Servia-me de ti em doses lentas, porém letais e bebia dos
teus olhos toda tua essência.
Sentenciado permanência sem querer qualquer clemência, apto
a cumprir toda minha pena... Quisera fosse à eternidade ao teu lado...
Tentava decifrar os mistérios que pousavam em meu colo,
letras e símbolos que traziam tua presença ausente até minha insignificante
pessoa. Minha alma gritava pela tua, mas noites de sonhos agitados onde eu te
possuía...
Pela cidade eu andava, sem saber que era você que eu
procurava e o meu peito sentia o vazio que provocava cada parte tua que não
estava comigo. Apenas lembrança não matava este monstro que se agigantava
dentro de mim, que chamamos de saudades.
Eu tinha um sentido simples. Sentia arder. Sentia queimar.
Sentia amar. Sentia.
Percorri caminhos que não eram meus, tentei buscar sensações
que só tinha com você, troquei de amores, mas nenhum me deu teu horizonte, não
era tua boca, nem era tua fronte.
E desistindo de mim, deixei de lutar, deixe-me levar por
esta correnteza, fui como passageiro, não conduzi, fui conduzido. Cansado
estava de tentar negar o obvio, certas coisas não tem como substituir ou fazer
outra igual, senão teríamos milhares de Monalisas autenticam espelhadas por
ai... O que nasceu para ser único será!
E as guerras que travei no meu interior cessaram, e a noite
que era longa, se encurtou e a vida tornou-se mais amena. Abracei as palavras e
rimas, bebi das doces lembranças e porque não, de vez em quando um porre de
esperança e sai para dançar com a poesia.
Enquanto você não vem, te espero! E se me faltar palavra, e
se teu corpo não mais se encaixar no meu, enfim, posso dizer que o que ficou e
o que eu tive é melhor do que sonhos que nunca se realizam...
Agarrei-me aos meus
versos como se fosse minha salvação, afinal são meus lenitivos, pois enquanto
você não vem, espero!
Gilson Costa
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