quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O poeta vende metáforas



O poeta vende metáforas                                                                               
numa tenda de feira.
Pão, broa e vinho
não enchem a seira...

dos que cansados e velhos
se acolhem no caminho;
«- leia-mos à nossa saúde
estes poemas qu`amiúde
lembram o vinho bebido,
entre brigas de vida,
nas tabernas de olvido.»

O poeta vende metáforas
numa tenda de feira.
Pão, broa e vinho
não enchem a seira...

dos que cansados e velhos
se asilam na estrada;
«- leia-mos à nossa saúde
estes poemas qu`amiúde
lembram as mágoas geradas,
em lutas havidas,
pela dolorosa estada.»                                                                        

O poeta vende metáforas
numa tenda de feira
a soldados que passam
com nada na seira.

Chegados ao destino
despejam a selha;
pão, broa e vinho
comprados no caminho
a um poeta de feira.

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