Tu que és...
do verão o sol ao meio-dia
,
cálida e quente...
,
cálida e quente...
Ao ver-te,
tu pões-me quieto, silente
e pensativo...
Invejam-se de ti a pele,
todos os pêssegos...
Invejam-se de ti,
da tua boca o sabor,
todas as frutas...
Fresca é tua pele
e tua boca é mel, é doce...
Teu corpo formoso e macio,
foi Deus quem fez, foi Deus quem trouxe,
tem o cheiro de maçã,
da macieira no cio...
Teu hálito é perfumado,
teus cabelos são de sol...
Tens mãos atrevidas de toque aveludado!
São despudoradas e inconseqüentes...
Teu sexo é o instrumento a ser tocado
que eu desejo, que eu espero...
e que quero de presente...
Deixa que eu te beije
o lado interno das tuas roliças coxas
e que eu não mais pense...
Permita que eu faça, nesta minha vontade louca,
tatuar delas, na pele quente,
a forma da minha boca...
Deixa que
ali e lá, eu te beije com carinho,
sôfrego e experiente, rápido e demoradamente
É o sorvete que muito aprecio,
e quero degustar este ninho,
calmamente, suavemente e ternamente,
te ouvindo a reclamar baixinho...
Deixa?
Queira deixar...
deseje deixar...
aspire deixar...
Grite-me!!!
___Venha agora!
Guie-me!
Balance e dance,
a dança do ventre,
com teu ventre e os teus quadris...
Ponha-me no ritmo de tua dança...
Faça rédeas dos meus cabelos...
Que tu fiques rouca,
peça,
suplique,implore,
para que eu te coma com a boca,
que eu não te seja mais um,
que com minha língua sabiamente te explore,
as tuas entrâncias e reentrâncias,
que eu te saboreie o que é comum
e o que é derivado,
tuas entradas e saídas...
e que tu, tudo sintas,
que de amor tu chores,
num prazer desmedido e
desvairado...
Exija que eu te entre,
que não fique no átrio de tua loucura,
não seja santa, não seja pura...
Ponha-me para dentro,
que eu te adentre
que eu te invista,
que tu me vistas
que eu te visite inteiro,
indo e vindo neste caminho, neste roteiro,
deste teu úmido e acolhedor,
corpo de amor...
Peça que eu te seja maior,
que eu te seja o máximo,
que eu te seja louco,
que não te seja pouco,
que eu te seja muito,
que eu te seja o melhor...
Grite que eu te faça loucuras...
diabruras,
folias, estripulias,
dentro e fora de ti...
Peça, implore,
para que eu te jogue na rede,
que eu te "jogue na parede,
que eu te amasse, que te vire do avesso,
que não te respeite,
que eu te use, te abuse,
e que de mim
eu te lambuse...
Que tu saias do ar,
que tu sejas sempre a mim, bruta,
safada, sem-vergonha, em oferta!
Que me sejas enfim, a mim...
mulher sempre de pernas abertas
completamente e sempre,
a minha puta,
E que enfim,
de mim e de ti nos fartemos;
que me vire, te vire os olhos
que eu te esporre,
que muito tu te gozes, que eu muito me goze,
que de ti e de mim saciados,
nos arrotemos...
Não...
não seja normal,
não te quero normal,
porque eu não sou...
És a terra virgem exposta,
és o paraíso a ser explorado...
desvirginado, devastado,
conhecido e apossado!
Eu sou o teu explorador, o teu dono,
o teu senhor!
Escrava minha, meu desejo, minha obsessão,
dos meus olhos tu és a flor...
Quero te ver,
te ter,
conhecer os teus segredos...teus vales, florestas,
beber da tua fonte...
saber o som de cada um dos seus gritos
e gemidos, paridos das tuas dores,
arrepios e extertores,
de gozo e prazer...
Quero de ti,
todas as tuas vergonhas
de presente...
Dê-mas
que vou jogá-las fora...
Conduza-me minha querida,
meu lauto jantar, minha comida,
ensina-me o caminho...
como tu queres ser saboreada,
comida,
usada,
frente e verso, em cima e embaixo,
e nos teus trêmulos montes,
te fazer uma Ibérica.
Ponha-se num prato...
e mostre-me como devo comê-la...
Seja obscena,
fruta partida,
aberta e oferecida
para saciar a minha fome.
Seja o que mulher alguma foi para um homem,
ponha-se do avesso...
que assim do avesso
me porei também ...
Dá-me tudo,
que de tudo,
te darei eu também...
Esmere-se em doar
que me esmerarei também...
Inove,
seja, faça-se, torne-se louca, demente...
Deseje-me com paixão, tesão, trema, gema,
anseie que eu te coma.
Vem, vem minha amada,
vamos já para a cama
a buscar o fim onde o amor vai nos levar,
ao fim desta estrada,
porque a gente se ama!
Façamos-nos doação de nossos corpos,
num encontro de sonhar,
como o Senhor dos céus o quer!
Como em que e quando,
em frenesi se amam,
divinamente...
um homem e uma mulher...
Athos de Alexandria 09-02-2009
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