sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Dafne - A Obsessão de Apolo by Eliane Brito



Dafne

Se minhas flechas não estão a sua altura,
se meus dons não se comparam aos seus
Lembra-se, arqueiro, que se atinges outras criaturas
só eu posso ferir-lhe , mesmo sendo um deus.

Dizendo isto, Cupido exímio atirador
lança duas flechas ao mesmo tempo:
Atingindo Apolo com a seta do amor
e a ninfa Dafne com a do desprezo

O deus por ela obcecado inicia a perseguição
enquanto a jovem donzela lhe foge como o vento.
Tomado como está pela paixão
alcançá-la é questão de tempo.

Sem forças e tomada pelo desespero
Ela recorre a seu pai
Cobrando-lhe a promessa de livrá-la do casamento

E o rio Peneu cumpre sua promessa:
intervém afastando o pretendente
E a jovem é em árvore transfigurada
Fincando no solo suas raízes eternamente

Apolo, consternado, abraça seu amor verdadeiro
Tornando-a sua favorita entre todas as plantações
Passando as folhas do loureiro, árvore em que se transformara
No eterno símbolo da mais alta glória dos campeões.

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